ATÉ QUANDO PODEREMOS RESPIRAR?*
Em pleno alvorecer do Terceiro Milênio, enfrentamos uma Pandemia da Covid19 e a chamada Insurreição Negra nos Estados Unidos da América do Norte. “Quem não estuda a questão racial, não tem condições de entender o que está acontecendo nesse momento”, afirma Sílvio Almeida autor do Livro Racismo Estrutural. Por que o Racismo está em pauta no debate político social agora?
O caldeirão em ebulição entornou. Ações genocidas, fascistas e racistas de influente parcela da sociedade brasileira e estadunidense, revela o que já existia, mas recrudesceu. “Não pode existir um projeto de país onde o povo negro não esteja presente.” essa foi a fala de Jany Santos, quando chamou atenção, em Live nesta semana junto com a Defensoria Pública da Paraíba, para a histórica invisibilidade das populações negras como um dos elementos causadores da situação atual.
Cristina Jamshidi, ativista ambientalista, diz: “Não devemos ser julgados pela raça ou etnia que pertencemos. Lutamos para diminuir as desigualdades sociais e preservar o planeta Terra, pois TODOS PRECISAM DE OXIGÊNIO PARA VIVER.”
“Não consigo respirar”, foram as últimas palavras ditas por George Floyd, antes de ser assassinado. No Brasil, esta semana, Miguel Silva, uma criança negra de 05 anos, filho da empregada doméstica Mirtes Souza, foi deixado sozinho no elevador pela patroa de sua mãe, com a alegação de que a criança iria procura-la, pois ela havia saído para passear com os cachorros da família empregadora, o que terminou na queda da criança do nono andar do prédio de luxo em Recife-PE. É apenas mais um nome na lista, que não para de crescer, de vítimas de uma sociedade estruturalmente racista? Até quando poderemos respirar?
Sobre esse tema, a professora Silvânia Maciel, compôs:
Versos da Negritude
O negro deve lutar
Exigindo o respeito
Da cor da pele, o cabelo,
A profissão… é um direito!
Que assiste por igualdade
O branco, o índio e o negro.
Mas a lei mencionada,
Muito pouco é aplicada!
João Pessoa, 05/06/2020
* Autoras: Jany Santos, Cristina Jamshidi e Silvânia Maciel, três mulheres negras integrantes da Fundação Sistêmica, assinam essa carta.